segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Tempo Noturno

A leveza do sol deitando-se para deixar abrir o céu noturno.
A cidade corre para todos os lados a passos soturnos.
Eu fico na minha paz com meu cigarro vagabundo.
Vejo todos passando apressados, jogados ao mundo.
Da janela do segundo andar busco sossego.
O que eu mais queria talvez fosse um chamego.
Nesse mundo me jogo atrás de apego.
Sob as estrelas caminho sem rumo.
Paro, reparo e aperto um fumo.
Puxo, prenso, seguro e passo.
Volto a seguir, hesitando por todo espaço.
Percebo seu olhar, em meio a multidão.
Busco seguir seu rumo sem direção.
A um beijo seu então me rendi.
E nesse momento me perdi.
Me leve embora em qualquer direção.
Tire me de perto dessa multidão.
Vamos para minha casa através do espaço.
Ritmo acelerando, aumentamos o passo.
Para nos acompanhar, acendemos um fumo.
Aperto sua mão, enquanto achamos o rumo.
A cada segundo juntos percebo que mais me apego.
Te abraço forte e finalmente consigo um chamego.
Junto de ti tenho encontrado meu sossego.
Para te achar não precisei dar a volta no mundo.
E sei que passarei a noite sendo seu vagabundo.
Mesmo que na manhã seguinte nossos olhares soturnos.
Abrão a aurora dando adeus ao céu noturno.